No dia 08.11.2018, o Ministério Público no Diap da Comarca de Braga (Guimarães, 1.ª secção) deduziu acusação contra uma arguida, nascida em 1996, imputando-lhe a prática de um crime de violência doméstica agravada e de um crime de homicídio qualificado.

O Ministério Público considerou indiciado que a arguida e a vítima, seu companheiro, residiram em união de facto a partir de Março de 2016, em Fafe a partir de Setembro do mesmo ano, numa relação que se mostrou sempre conturbada por ser a arguida possessiva, controladora, manipuladora e obcecada pela vítima.

De acordo com a acusação, durante esse período a arguida, entre o mais, vigiou o facebook e instagram da vítima, controlou-lhe o telemóvel, dirigiu-lhe insultos, nomeadamente através de mensagens de telemóvel que lhe enviou, socou-a e arranhou-a, encetou discussões em locais públicos por motivos de ciúmes e enviou-lhe mensagens de forma insistente para o telemóvel, a qualquer hora do dia ou da noite, como forma de pressão psicológica.

Mais relata a acusação que na madrugada do dia 17.10.2017, em Fafe, onde residiam, a arguida encetou com o companheiro uma discussão depois de, à revelia do mesmo, lhe ter consultado no telemóvel as mensagens no facebook e ter verificado que aquele enviara os parabéns a uma outra mulher; e que na sequência desta discussão, pelas 4h15, como o companheiro fizesse tenções de abandonar a residência não acedendo aos seus pedidos para que ficasse, a arguida, com uma faca que trouxera da cozinha, desferiu-lhe um golpe no pescoço, matando-o.